Num último fôlego avanço mais um passo, este o derradeiro. A respiração débil, entrecortada por soluçares faz-me exasperar, não consigo inspirar. Agarro-me à rarefacção deste ar como se disso dependesse a aurora.
Hoje assim, solstício de Inverno. Como eu, o sol cansado, as folhas perdidas, levadas pelo vento para onde não conhecem. Se caiem são pisadas, ficam pó, ninguém as lembrará.
Dependo da minha verticalidade, mas já não tenho força. Exausta como o sol deste Outono, levito como as folhas caducas e, como elas, vou acabar por sucumbir.
Não quero ceder, nunca fui perdedora, mas este frio não desaparece e a luz já não me aquece.
Pela última vez expiro.
Oh amiga tu deixas-me profundamente surpreendida com a tua maneira de escrever..
ResponderEliminarParabéns!
A minha afilhada no seu melhor...
ResponderEliminarÉ so qualidades nesta rapariga...;)
ResponderEliminarNão conhecia estes teus dons... certamente, os momentos de inspiração surgem na penumbra da noite... por isso, não gosta de turnos matinais...
ResponderEliminarBeijinho