Olá
J.A.
Do
pouco que te conheço imagino-te desassossegado a pensar sobre princípio e a
incumbência desta carta. Mas não fiques. A cada linha que vais atravessando, tudo
vai fazer sentido, tudo se tornará claro e esse desassossego irá passar.
Talvez
esta seja a primeira de muitas cartas que te vou escrever, mas não para
comemorar um mês desde que nos conhecemos ou para festejar um ou dois anos de
namoro. Esta carta é simplesmente para festejar a vida contigo, e acredita que
nada mais prazeroso poderia fazer agora do que te escrever esta carta. Falar
sobre a vida ao teu lado é relembrar momentos que eu só imaginei acontecer em
filmes românticos. Sabes? Aquela coisa de “amor à primeira vista”, de dizer bom
dia juntinho ao ouvido, receber um abraço surpresa, beijar alguém e sentir que
por momentos mais nada existe além do nosso olhar que se cruza e fixa
eternamente, são coisas que eu só imaginava e não acreditava que fossem
possíveis porque….bem, porque há já muito que tinha deixado de acreditar que
ainda fossem possíveis.
Não
quer dizer que ter um bom namorado seja algo impossível, mas parece que tudo em
ti é quase perfeito, bom demais para mim. Será que é só porque estou apaixonado
e vejo perfeição até nas coisas imperfeitas? Talvez seja mesmo isso.
Desde
logo senti que tu serias aquele por quem (à) muito esperava. De uma forma
repentina e inesperada, senti que algo aconteceu: o meu sorriso modificou, as
borboletas na barriga surgiram, a forma de olhar a vida tornou-se ainda mais clara.
Quando a tua mão tocou meus dedos um sentimento tranquilo invadiu o meu peito.
Esse mesmo sentimento dura até hoje e tenho certeza que vai viver aqui dentro
por muito muito tempo.
Senti
que eras tu. Senti que seria no teu peito que a minha cabeça repousaria. Senti
que seria nos teus braços que meu coração sossegaria. Senti que seria na tua
boca que os meus segredos seriam revelados. Senti que era a tua mão que a minha
procurava. Senti que era o meu sonho que procurava o teu sonho. Senti que
contigo eu entenderia e aprenderia essas coisas que hoje nós sabemos que carregam
o nome de amor.
Eu
não sei se ficaremos juntos e se ficarmos, não sei por quanto tempo, se um ano,
dois, vinte ou só até amanhã. Não sei o que esperar do futuro e nem sei se isto
que vivemos será eterno, Não sei e não quero saber. Tudo o que eu quero é
tentar transformar “este nosso sentimento” em amor e faze-lo durar o máximo
porque não vejo motivos para não durar. Não importa se iremos discutir 300
vezes, se iremos perder noites a pensar no que foi (ou não) dito, se às vezes
não vamos dar por nós a pensar “ mas porque é que me meti nisto”. Nada isso me
importa. A vida existe para ser vivida e não só pensada. Mas tenho de ser
sincero contigo, às vezes sinto-te de “braços cruzados” à espera que um milagre
ou um sentimento surja. E isso gela-me.
Há
uma frase que para mim descreve muito bem “o papel do Homem” no mundo do amor: “O
porto é o lugar mais seguro para um barco, mas ele não foi feito para ficar lá;
seu destino é navegar.”
Às vezes
temos medo de sair da nossa zona de conforto, medo de sair do nosso porto
seguro, mas se não partirmos (que é a nossa missão), se não viajarmos esse “mundo
fora”, jamais iremos descobrir novos horizontes, novos “mundos”, novos amores. Eu
também tenho medo, mas gostava muito de poder “tirar o teu barco” desse porto
seguro e levá-lo a conhecer novos lugares, novas gentes, novos mares, um novo
amor.
Bem,
chega de escrever.
Termino
esta carta dizendo-te que nada, nada mesmo, é mais importante do que este
sentimento tão sublime e verdadeiro que sinto por ti. Ele cresce e tento que a
cada dia, a cada gesto, a cada palavra, a cada certeza ele se vá solidificando.
Obrigado por existires na minha vida. Obrigado por me ajudares a arremessar os
medos no lixo. Eu tinha um medo enorme de voltar a amar. Hoje ele foi embora.
Graças a ti. Que o tempo te ajude a compreender o que vai nesse coração.
Quero
apenas que saibas que me fazes bem e que estou aqui, a espera de tudo e à
espera de nada, mas sempre com a certeza do Fernando Pessoa, “O melhor tempo
que gastamos, é o que investimos nas pessoas.”
Do
(sempre) teu admirador
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